Como toda a gente diz foi ferido o coração da América. Vai ficar na História a monstruosidade desta acção. Morreu aquela vida que Ferlinguetti, um poeta americano, cantava, nos anos sessenta, quando a América era ainda a terra dos sonhos:" ... A vida que levo é muito sossegada.
Passo os dias no café do Mike
a observar os jogadores de bilhar de bolsas
integrado naquele cenário
devorando macarroni
e li algures
o Significado da Existência
mas esqueci
exactamente onde.
Mas sou o Homem
E estarei lá
E talvez ainda faça falar
os lábios da gente adormecida.
E talvez transforme em relva
os meus cadernos de apontamentos.
E talvez ainda escreva o meu
anónimo epitáfio
pedindo aos cavaleiros
que não se detenham."
(excerto do poema Autobiografia, tradução de José Palla e Carmo)
posted by manhã at 6:18 da tarde
4 Comments:
"... quando a América era ainda a terra dos sonhos... .
É verdade. Da América chegavam alguns sinais de liberdade que não passaram disso mesmo: sinais. Mas foi bom terem chegado; sinal que não devemos pôr no mesmo saco todos os sobrinhos do Tio Sam.
legível: Não, não podemos, a América ainda é a terra da liberdade, com todos os seus defeitos, o fundamentalismo islâmico é que nem terra é e a liberdade, não deve constar do dicionário.
Sim, foi uma carnificina que ainda horrorisa. Afinal eram inocentes, assim como os milhares de jovens que lutaram contra as ditaduras na Argentina, Brasil e Chile patrocinadas pelos EE.UU.. Jovens estes que morreram sob tortura. Aliás, como bem lembrou um teu compatriota, dia 11 de setembro de 1973 caiu Allende, veio Pinochet...
Este mundo é uma só barbárie recheada de ganância e usura, aqueles que não compactuam, sofrem ao perceber a simplicidade de um simples pôr do sol e como isto é tão mais raro e caro... sei lá.
Esta data vai nos assombrar a todos por décadas e justificará muitas outras atrocidades.
carecones: Nenhuma carnificina justifica outra,nenhuma faz esquecer outra an so on...
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