quarta-feira, março 21, 2007

às vezes

Às vezes é preciso abandonar estas coisas
a si mesmas,os papéis, as figuras,as palavras
as coisas que havemos de esquecer.
Às vezes é preciso entregar os nomes ,assim
para não envenenar as coisas sem nome
e caminhar com os pés , as mãos os olhos e a boca
soletrar
inventar uma praceta de pó
um olhar de lince
uma barra de fome
ou nada enfim um cerco
uma linha que passamos sobre os ombros
a delinear os teus ombros e a avançar
como um barco mergulhando no fundo

começar
abandonar estas coisas
a si mesmas
mas nunca te abandonar

7 Comments:

Blogger Alberto Oliveira said...

... positivamente cercado de palavras poéticas, rendo-me.
Quando o pó da praceta inventada, levantar, espero que hajam mais dessas. Palavras.

11:50 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

olá legível, se estás assim cercado pois espera; o que sobram por aqui são palavras...toma mais umas quantas pra levantar o cerco!

10:27 da tarde <$BlogCommentDelete>
Anonymous Anónimo said...

E às vezes vale mais abandonar tudo, o cerco também, e iniciar algo de novo.

12:38 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Mónica said...

uma barra de fome? isso é como uma barrita de chocolate? :P

7:25 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Mónica said...

ou é uma barra de abstinência?

7:25 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

mo: é pá, contigo é tudo de comer?
toma lá uns drops...tens de desembrulhar e com cuidado que estão muito fescos!

7:37 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger colher de chá said...

às vezes venho aqui e não consigo tirar os olhos do que leio, e releio,e releio......

parabéns, sinceramente bonito.

1:53 da manhã <$BlogCommentDelete>

Enviar um comentário

<< Home