quarta-feira, novembro 16, 2005

É já dia 18 ,o dia marcado , mas os sindicatos negoceiam com o governo e parece-me que estão a chegar a um acordo sobre as horas não lectivas, aulas de substituição e tarefas a cumprir por professores e educadores. Faltam dois dias e as minhas dúvidas permanecem, este efeito da democracia sobre a nossa capacidade de decisão é fatal! temos o sim e o não...ambos apelam ao nosso sentido de dever, aos mesmos valores: responsabilidade, consciência dos direitos e deveres, sentido político (de polis). Por um lado o Governo,em quem votei e que, de um modo geral, está a tentar governar, ou seja está a tomar medidas impopulares e que exigem o sacrifício de todos, por isso, por solidariedade com todos os portugueses e por lealdade para com um governo que mereceu o meu voto, não devo fazer greve. Por outro lado está a ideia de educação que defendem, uma educação de medíocres e para medíocres, uma educação que tenha bons resultados sem olhar a como, uma educação do faz de conta que ensinas, faz de conta que o puto sabe, faz de conta que o principal é garantir a escolaridade mesmo à custa de formar gente ignorante e incapaz,uma educação de números e estatísticas. É óbvio que devo dizer não, que devo fazer greve. Até agora não me decidi.

5 Comments:

Blogger SalsolaKali said...

Eu defenderia o melhor para todos os Portugueses.
Portugueses bem formados e bem-educados.
Quem está a ser solidário para com a mediocridade é o governo, mais a sua politica educativa de gabinete, acho.
Mas também, até pode ser que, face ao entendimento e ao (bom) “negócio” seja desmarca a greve…

11:15 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

Salso: Eu também defendo o bem comum, mas já me decidi, é preciso mostrar o descontentamento que sentimos como classe e que é comum embora nem todos se manifestem do mesmo modo.Já disse que sim à greve, não há alternativa, fazer de conta que asim vamos bem é um engano!

7:11 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Alberto Oliveira said...

É na verdade uma decisão difícil e que te deve caber a ti, exclusivamente a ti e por isso lamento não te poder dar uma pista... porque não posso. Aliás, o processo democrático português, também aí tem falhado; pelas influências de... decisão pessoal. As mais das vezes agitando cenários dramáticos onde eles não existem.
Mas escreves aí uma coisa que talvez essa sim, seja a mais dramática de todas e para a qual poucos de nós estarão preparados, porque exigimos práticamente do nada* uma sociedade de abundância: o sacrifício social; a solidariedade para com os que menos têm.

* Claro que sei, porque não sou surdo, cego e mudo, que há muita gente que se amanhou forte e feio nestes trinta anos e se continua a amanhar e que lhes devem ser pedidas contas... que é como quem diz, honrarias e reformas. Que este (ou outro qualquer) governo -que o que desejo é que este país tenha um nível de vida digno!), tenha a coragem de o fazer. Para não continuarem a existir em cada um de nós os alibis do costume. O tempo não corre a nosso favor.

7:13 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger  said...

Percebo essa indecisão. Por agora quando escrevo este post já deves ter decidido.
Admiro essa consciência que se divide. Muitas vezes vemos uma critica excessiva ao poder político, e quem critica não sugere. Algum trabalho eles terão de fazer...mas também têm que perceber que nem todas as suas acções são recebidas com acoloradamente. ~
Quanto à educação...enfim...eu que ando a estudar História da Educação já percebi que em todas as épocas houve renovadores, pedagogos que traziam inovações. Mas as gerações seguintes criticavam sempre o que lhes antecedeu, este parece-me é um problema antigo...
Tenho dito.

9:12 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

legível: O tempo dos sacrifícios parece ser um tempo passado, somos individualistas, mas mesmo no quadro individualista não podemos deixar de estar atentos e exigir mais e melhor, não para nós individualmente mas para com a classe, ainda assim a classe dos professores é capaz de fazer omeletas sem ovos!

Pé:Sim há um um problema de ajustamento entre a ideia de educação que todos temos e o que actualmente fazemos, talvez daí venha o desgaste da profissão.

11:14 da manhã <$BlogCommentDelete>

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