Mais uma colega que meteu baixa por tempo indeterminado. Causa? Depressão. Atónita...a colega x deprimida? Sim, já não era capaz, não conseguia levantar-se da cama. Continua a falar. Era o chefe que explicava o facto. Certo. Pormenores? Não sei. Relatório psiquiátrico. Como será um relatório psiquiátrico? A paciente revela sintomas anómalos, chora muito, tem insónias, fobias, recusa-se a estar com pessoas,sintomas inequívocos. Penso. Será assim para alguns, um dia estilhaçam como o vidro do carro atingido por pedras de um atrasado mental que gosta de jogar ao "parte tudo" . Fica estilhaçado mas não cai, não se desmorona, fica inteiriço mas perde o propósito , a unidade do todo, aos bocadinhos cheio de fissuras, ferido.Cruzava-me com ela todos os dias, "Bom dia" "Boa tarde", às vezes falava-se do insucesso, de textos interessantes, a última conversa foi mesmo obtusa, falámos de contas bancárias e juros. O que se passa, passou, passará? Se tivéssemos bebido uma cerveja e comido uns tremoços? Ventania por entre o abre e fecha portas de todos os dias. É pá aguenta-te aí. Segura o fio, não te percas no labirinto.
posted by manhã at 9:56 da tarde
12 Comments:
Esse é um fio tão frágil quanto forte, que tanto aguenta toda a carga do corpo e mais alguma, como parte ao mais leve puxão.
Não sei o que se passa. O que sei é que por aqui não é mais animador. As pessoas andam tristes e carregadas de problemas. Não conseguem encontrar enquilíbrio em coisa alguma...
Tenho uns amigos psicólogos que saem da clínica, todos os dias, cerca da meia-noite, quando não é mais, e até já lá vão ao fim-de-semana... dizem que a saúde mental está a decair.
A verdade é que, por vezes, uns tremoços, umas pevides e umas cervejas ajudam a colocar cá fora alguma da pressão, mas quando começamos a ir ao fundo…
AB GR
SK
É dificil...há quem aguenta firme e forte 40 anos e chega à velhice e vive mal (exemplo familiar) e há quem decida fazer uma pausa, o que acho muito bem.
Tudo estava muito bem, de repente me estouraram a bolha, aquela de sabão.
E estou agora a tentar me reerguer, mas nem boas notícias dão solução.
Salso:O que é incrível é não darmos por nada,nem sequer temos a mais leve suspeita...poça! Andamos distraídos demais ou preocupados demais com o nosso próprio fio de prumo.
Pé: Então depois dos 40 é a velhice!? Tá bem. Quero-te ver com 40 e , nessa altura, falar contigo sobre a velhice!
Ó pablo, também no Brasil!! Falas da bola de sabão, é uma imagem forte! O melhor é substituir essa bola por outra mais rija e durável! Obrigada pela visita.
Pessoalmente subscrevo que as pessoas se deixam abater pelo cansaço desta vida que se promove agora a revelia de ter que acompanhar o tempo.
Acompanhar tudo menos o que é importante, nós próprios...
Tb...
E é difícil sabes. As pessoas mascaram o estado real em que se encontram. Muitas não procuram ajuda, nem nos amigos, nem através de profissionais. Mais difícil é procrar nos que são amigos/colegas. Andam até à última...
E depois, mesmo que notemos alguma coisa, por vezes não há intimidade suficiente para chegar lá e perguntar:
- Estás bem?
Às vezes bastava isso...
Mas ainda não acabou.
Ainda há muita coisa que se pode fazer. Chegar até ela e tentar fazer qq coisa que a conforte… Por vezes bastam estes pequenos gestos e tão simples.
Afinal, só há uma coisa para a qual não há remédio...
BJ GR
SK
Passamos "uma vida" ao lado de vidas que não sonhamos quem são. Apenas o "exterior" está visível.
As nossas resistências à "confidência negativa" não é de ontem... nem de hoje. Será de sempre.
Exemplificado pelo expediente de ...«Tenho um amigo que tem um problema ... »
Pessoalmente, sem pretender "confessar-me", direi que as nossas fragilidades são sempre difíceis de admitir perante outrém.. É dos livros e da vida real.
Ah! A experiência de vida, oferece-nos outra embalagem para vencer essas resistências. Só que, na maioria dos casos, muito tarde.
Bem eu quando falava em 40 anos...era de trabalho!
40 anos de trabalho...como 65 veio a velhice non?
Legível: cocordo contigo, vive-se uma vida inteira de não saber... amar são brumas, conviver também.
A bem da verdade só conheci um ser humano que realmente sabia quem eu sou. Conheci é figura de linguagem. Ele nem soube que existo, existi ou existiria, mas o Pessoa me sabia.
Manhã: Com certeza uma de maior firmeza, rigidez, força, sim... mas daí me vem um paralelo, com o material. Concreto? Chumbo? Vidro temperado? Aço Inoxidável? A delicadeza da Bolhinha é tão fininha, tão levezinha, é!, é sim!, mas com carinho podemos atravessá-la e os outros materiais? Então a felicidade é se isolar...?
Tive um professor, aos 16, que sempre repetia: "A ignorância é a mãe da felicidade!"
Talvez ele já tivesse estourado muitas bolhas ou talvez nem as sabias...
Acho que fico com a Bolhinha, mas vou caprichar no sabão...
A tristeza/melancolia é como um touro que se enfia entre nossas pernas, depois chateado, dá coices e pulos. Sempre caímos, é inevitável, não se pode passar a vida toda neste touro, sentados. Resta-nos aprender como: deitado, sentado ou já levantado.
Abraço a todos.
Lagoa azul: Acompanhar o tempo é ,de facto uma exigência embora posa ser um desafio positivo, temos de acompanhar qualquer coisa senão...
Salso: Pois é, mesmo. A intimidade parece que fugimos dela para não ficarmos dependentes...
Legível: Embora muito cansada hoje, diria mesmo, derreada, deixo-te o meu acordo. Há uma frase do F.Pessoa que diz "Todos os meus amigos são uns heróis, não há ninguém que cometa uma falha..." é assim mai ou menos.
Pé: Tá bem disfarça e dá aos pedais!!
pablo: Um pouco de ânimo, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe! (estes ditados populares são verdades, verdadinhas)
manhã
não era a disfarçar. estava a dar o exemplo da minha avó que se aguentou 40 anos a ensinar e chegou à velhice e vive mal com o cansaço.
não era disfarce nenhum, até porque não acho que uma pessoa com 40 seja velha~...
Ó Pé, com essa resposta eu não sei que dizer, olha fico muda! Um bem haja à tua avó!
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