A paisagem que deixei, encostada por momentos ao tédio de todos os dias a ver, ressuscita um dia ao acaso, porque o mar é todos os dias novo, ou melhor, porque não há dias mas pormenores , não há sucessão mas escarpas, picos de emoção, aqui, ao canto, onde o corpo não é mais que um mecanismo de captação de sensações que a razão se prepara para , afincadamente delimitar, separar. Quando digo o meu mar, quero dizer : meu não é o corpo mas o que ele sente por aquilo que não lhe pertence.
2 Comments:
Gosto do mar. Gosto do cheiro, do barulho do marulhar. Das gaivotas malucas que se elevam. Gosto de luz matreira nas imagens. Gosto de ondas e revoltas de areia.
Gosto ainda mais de algumas palavras coladas a imagens.
Como aqui no post que me deu lugar para dizer do mar em mim para além do corpo que sou.
ai o mar, e mais o mar o mar o mar e acho que está tudo dito ou não estará?
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