segunda-feira, maio 14, 2007

ser romântico

Foto de Adriana Silva Graça

Escolas à parte, o ser romântico alimenta-se do seu próprio sentimento, cuida-o, empresta-lhe para respirar um cem número de memórias à beira mar e ao pôr do sol, ama o seu amor, ou a ideia dele e constrói um meticuloso mundo onde cada coisa é símbolo do seu sentir. Ser romântico é desejar acima de tudo sentir, mesmo que o objecto do seu sentir esteja ausente, ou ainda mais sentir quando há ausência pois na ausência a presença engrandece , multiplica-se, aperfeiçoa-se , como se completasse à força de sentir, o vazio que a ausência implica. No outro lado do vértice da pirâmede, a paixão. A paixão é um estado emocional, desequilibrado, guerreador, na paixão nada basta, há um fogo a consumir, uma emoção que desaba a todo o momento, na paixão nada se constrói, nada é possível, é tudo imensamente sagrado, imensamente presente, imensamente doloroso. Já não há o eu há só o outro.Quando escrevemos encetamos um distanciamento, tentamos ver. Mas só há uma linguagem para a paixão e essa não passa certamente por palavras. As palavras enamoram-se do amor, são sem dúvida românticas.

20 Comments:

Blogger kermit said...

Há textos que mais do que entendidos devem ser sentidos.

11:29 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Ana Paula Sena said...

Bom texto, manhã! :)
Olha, mesmo não sendo fã de correntes, tens no meu blog um pequeno desafio que te faço.
Beijinhos da Ana Paula

2:39 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Luísa R. said...

Olá Manhã :O)
Obrigada pela visita.
Gostei do teu blog.

7:08 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Alberto Oliveira said...

Passei o post dos sonhos porque sou mais de pesadelos... Não é verdade. Quando aqui cheguei, já ias no "ser romântico".
Que li com atenção redobrada, pois nestas coisas de amores estamos sempre a aprender. Um bocado aqui, um pouco acolá...
E estou de acordo contigo; entre o ser romântico e a paixão que quase cega. Apenas me apaixonei uma dúzia de vezes e não saí nada bem de qualquer um dos casos. Magro que nem um cão rafeiro e tresloucado, a maioria das vezes. E sempre a precisar de uma visitinhas à Avenida do Brasil...
Mudei radicalmente as vistas. Para o romantismo, alimentando-me do meu próprio sentimento. Engordei.

9:23 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Bandida said...

são de paixão as palavras e quando se regressa ao mar onde as gaivotas se transformam em peixes coloridos de branco há ainda mais amor. e sentido. com sentido. consentido. apetecido. e desaba. e constrói. e mói. e acaba. e basta que o fogo não consente marés baixas. e absorve a cor do mar.

falo do amor.

11:15 da tarde <$BlogCommentDelete>
Anonymous Anónimo said...

acho que o amor eleva e suaviza e a paixão rasga, queima...
Tudo que dissestes, em suma!
Lindo post!
Sou um romântico passional... mas acho que todo um é o outro, ou não??!!
Beijo.

12:02 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Art&Tal said...

pois foi helena

para quê sacrificar

se deus deus nos ia afogar?

bendito noé

nao fosse ele e nao havia um para amostra.


gosto da tranquilidade do teu lugar

6:21 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

kermit: e são, sem dúvida, são mesmo.

ana paula: Já vi o desafio, depois fui ver um blog que encontri aí linkado no teu e surgiu-me a tal frase ou memo:"A medida de uma alma é a dimensão do seu desejo" (Gustave Flaubert)Perdoe-me o dono do blog "Não há nada como realmente" mas a frase é soberba e adoro Flaubert! Obrigada! Beijos

Ps: Ainda vou pensar noutra frase para depois colocar.

luísa r: Bem vinda! Também gostei do teu.

Ó legível: uma dúzia de vezes é muita vez! Parabéns! Bom para ti!Ainda mais quando mantiveste a linha sem recorrer a dietas! DEve ser a primeira vez que te vejo tão cordato, em geral brincas com estas declarações sentimentais e parece-me bem! Melhor é não nos levarmos muito a sério embora por vezes não haja como evitar o insustentável peso do ser. A eterna questão: ser, não ser...

bandida: falas do amor, do fogo e do mar. como procuramos no exterior e a natureza é pródiga, estas semelhanças, procuramos dizer, para voltar a viver, ou para abrir a porta, deixar sair.A poesia talvez se aproxime, pela parte mais íngreme.

carecone: sim um e outro, porque há sempre o outro, melhor que só O outro e não um outro. e que ele não seja mais pretexto para o eu. Sério não? Beijo

art e tal: são todas elas metáforas para uma mensagem moral. Pela faca e pela água, seja de que modo for, a redenção!
Obrigada.Gosto dos teus desafios.

11:05 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Alberto Oliveira said...

... prontos! mais uma vez fui levado à séria. Um dia destes já me confundo a mim próprio e aí é que o caldo está entornado.

À séria, à séria, acho que só me apaixonei mesmo uma vez: pela minha professora de matemática no quinto ano. Foi sempre o meu argumento de peso para detestar tal matéria. Ela nem deu por isso, claro (pela paixão). Pela minha aversão algébrica sim.

11:41 da manhã <$BlogCommentDelete>
Anonymous Anónimo said...

Sempre achei que gostavas de tê-lo assim... Se quiseres ajuda para incrementa-lo é só pedir, meu correio-e está no perfil!

11:52 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

legível: ok. desisto, uma vez, uma dúzia, seja como for coitadita da matemática que a paixão até podia ser o tal motor de arranque!

carecones: e gosto, embora fazer experiências com outros ambientes me fosse atraente. obrigada pela tua disponibilidade. beijos pra aí pro Brasil!

11:58 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Mónica said...

aqui há gato helena ingrid

1:12 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger sobre-nada said...

E nos enamoramo-nos das palavras do amor...Lindo

6:14 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Peg solo said...

ser romantico...... acho q foi beber café! qd voltar comento alguma coisa de jeito, fica a intençao! ;)

10:40 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger o alquimista said...

Os teus olhos estão repletos de palavras, são imenso oceano de profundo sentir, guardam a mágoa, a esperança que te impedem o partir, olhos que vêm para além do infinito...


Boa semana


Mágico beijo

11:57 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

mo:gato?...miau!

sobre o nada: enamoramo-nos, sim, das palavras do amor.

peg solo: então o ser romântico não se encontra disponível, tá ocupado portanto!

alquimista: mas que belas palavras!
Boa semana para ti!

10:35 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger  said...

E não há palavras de paixão? Ou paixão nas palavras?

9:21 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

Olha não queres ir espreitar a carta que escrevi ao malandreco do meu Coelhinho ?



D. Maria

12:09 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Ana Paula Sena said...

Manhã: foi uma óptima escolha! Estou contigo! :)
Se quiseres lembrar outra, fico contente. Costumas ter boas ideias!
:):)

2:42 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

pé! Que saudades malucas de ti! Olá! Como vais?
Sim, sim, claro,mas não é o discurso a linguagem privilegiada da paixão,tal como é o discurso lugar privilegiado para o romantismo, então seria como uma forma de os distinguir, não por aquilo que constituem em si mesmos mas pela sua relação com as palavras.

d.maria: Bem vinda!

ana paula: quem teve a ideia brlhante fois o sr ou sra do outro blog, a ele devo a lembrança da frase!se me cair nas mãos assim outra eloquente colocá-la-ei! bjo
um beijo

10:21 da manhã <$BlogCommentDelete>

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