quarta-feira, julho 20, 2005

A culpa

Apesar do Sol, e da lua, do canto das cigarras e de toda essa força apaziguada que está mesmo aí, à nossa frente, sem julgar e sem pedir, nós os homens e mulheres que aos elementos devemos a composição da carne, do sangue, do coração e da mente, não comungamos contudo com os elementos do seu apaziguado júbilo e da sua perfeição. Nós somos guerra e paz, erro e verdade, bem e mal e , só por isso, divididos na essência, julgamos, pedimos, arrependemo-nos. Somos em contradição, e parece não haver nenhuma outra forma de ser senão essa , a que nos obriga a reconhecer perante o outro que errámos, quando erramos, a pedir desculpa , a solicitar do outro o perdão.Porque será tão fácil pedir desculpa quando o acto é involuntário e tão difícil quando não é? Raramente se pede desculpa, excepto por um acidente (exactamente o que não exige desculpas visto que é involuntário) quando damos com o carro das compras nos tornozelos de alguém, quando pisamos, empurramos, tossimos etc. Ora,o que é verdadeiramente redentor e , nesse aspecto, superamos a placidez natural, é quando sentimos a dor do outro como consequência de algo que fizemos e a culpa que sentimos une-nos ao outro na dor e impele-nos a pedir-lhe que nos desculpe, ou no grau amoroso que nos perdoe.

4 Comments:

Blogger  said...

Ainda vou pensar neste post e mais tarde comento.
Muito bonito manhã.

5:40 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

Ó Pé, és mesmo simpática!

2:03 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger  said...

oh é o que eu mais sou:P

8:50 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

Pé,ainda bem!

11:18 da tarde <$BlogCommentDelete>

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