domingo, julho 24, 2005

Terrorismo

Acalentamos ódios inconfessáveis que ,à força de serem mudos e antigos, já não descortinamos a causa , são como um ruído de fundo, contaminam tudo e, às vezes ,têm às costas cargas de plástico dessas que foram montadas com engenho para tornarem ruidoso esse mudo e covarde tartamudear. No terrorismo não sabemos onde vai explodir a bomba mas sabemos que é na nossa cara, na cara de gente como nós, e que matar não é o fim, é o meio, o fim é ser protagonista de uma guerra inventada quando não se pode nem se sabe ser protagonista de mais nada.Sairá na primeira linha e estará consumado o desígnio, os que morrem é que são anónimos e inocentes, deles nada se sabe, morrem sem ter sabido porquê nem para quê.
Em minúscula, como nota de rodapé, também podemos constatar que há um terrorismo emocional, como se o terrorismo fosse uma forma abrangente de levar a cabo uma e outra guerra que na nossa sociedade pacifista, em larga escala, parece ser inconcebível. Neste terrorismo explode-nos nas mãos a bomba, justamente no momento em que temos as mãos abertas, o autor é sempre aquele em quem mais confiamos e a morte não é rápida mas lenta com sucessivas mas irrevogáveis quedas.
Nota: Os americanos no seu formato Bush também são terroristas.

5 Comments:

Blogger Luís said...

Muito prazer em conhecer,a este blog que se reclama do Rimbaud. A floresta fica na estrada de Baden Baden, quando se sai de Strasbourg. Diz a Lúcia, mas não foi ela quem conduziu.

11:52 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Luís said...

Ah, a Adjani foi Emily Brontë. Isabel Hupert Charlotte. Grande filme, não?

11:55 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

luis, não há nenhuma fidelidade ao Rimbaud, há uma frase que serve o espírito do blog e que, por acaso, ou não é do Rimbaud.
Techiné? Não me lembro bem mas surpreendeu-me que a personagem central, entre todas aquelas mentes geniais, Emily, Charlotte e Anne, seja o irmão que não escreveu nada. Daí achar, que o filme não faz justiça à literatura e à história. Não me lembro do realizador mas penso que é Techiné que é um bocadinho misógeno.

10:35 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Alberto Oliveira said...

Talvez já não voltes aqui mas não faz mal; fica escrito (e isso é o bastante) que este teu texto dá a conhecer quem o escreve. Pela positiva. Pela clareza. Por cronicar como não é cómodo viver (física e mentalmente) no século XXI.
Parabéns.

2:54 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

legivel: Obrigada.Não, não é fácil.

10:54 da manhã <$BlogCommentDelete>

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