quarta-feira, dezembro 07, 2005


Tudo está em tudo ou cada parte se isola do todo? Podemos enumerar todas as partes que constituem a nossa vida. Analisamo-las em separado: a esfera profissional, a política, a social, a íntima, a familiar.Os sentimentos, as tarefas,os deveres, os sonhos e desejos. Cada uma delas tem determinados métodos, exige uma "performance" específica, apela a uma determinada parte que nos constitui: assim para os sentimentos temos a generosidade, o medo etc ,ligados a emoções imediatas ou pensadas; para tarefas temos a energia, organização, perseverança, método, perfeccionismo; para os deveres a clarividência, o sacrifício, a organização, sem sentimentos que só nos baralham. Será que existem pessoas nas quais tudo se mistura e pessoas nas quais tudo se separa e qual a verdade disto, o que é melhor? Existirá um melhor "fora" do que conseguimos fazer e ser? Acredito que sim. Pela minha parte cheguei à brilhante conclusão que misturo, que tudo se reflecte em tudo, que quando uma parcela corre mal, tudo corre mal, porque o minúsculo abala o ser todo. Mas será que há coisas pequenas e grandes ou essa dimensão é somente a dimensão da nossa sensibilidade?

7 Comments:

Blogger Madame Pirulitos said...

O todo contem as partes. As partes estão contidas no todo. Mais ou menos asim. Princípio hologramático...

1:38 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger SalsolaKali said...

Eu acho que as coisas se relacionam.
Embora existam aspectos que são por si só, todos eles se afectam e se modificam uns aos outros.
Assim, as coisas poderiam ser como duas manchas de tinta, uma azul e outra vermelha, sobrepostas nos contornos. Juntas são a matriz de várias cores que se formam, mas nunca deixam de ser azul e vermelhas, compactas e ténues velaturas do que eram… e não é possível separá-las.
E depois as coisas têm a importância que lhes damos, se não, como é que se justificava eu gostar mais da cor verde na água do mar e tu da azul…?
Quanto mais importância damos às coisas, mais elas mergulham profundamente dentro de nós e nos afectam.
Interiormente, eu não consigo separar. Claro que por vezes tenho de fazer um esforço, interior e exterior, puxar para cima, mas nada é como era antes, e nada será como depois, e tudo é um risco, até é arriscado não fazer nada só para não misturar as águas…
E depois? Elas já estão misturadas. Tudo é já uma reacção de causa efeito, tudo interage, tudo é resultado de todas as partes…
Ui… :)
Beijo.
SK

1:47 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger  said...

...ainda que cada "sector" exija uma performance específica, é sempre um pouco de nós que damos, e um pouco de nós faz parte de um todo. A não ser que sejamos completamente desfragmentados.
Há pessoas que separam melhor, por exemplo o emocional e o profissional, não deixam que um afecte o outro, mas mesmo que não aparente, um pode sempre influenciar o outro. Não somos uma sinestesia de tudo? Expressando um pouco de nós em várias coisas diferentes...

(SK gostei do 3º parágrafo!)

7:01 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

Puxa! Separar para reciclar, transformar o velho em novo. A tarefa é árdua!Isto não tem aver com nada é só um desabafo!

e-clair: A nossa sensibilidade a mais nossa nossa ainda assim não nos pertence, como o efeito do mundo em nós, embora essa seja a origem (cada um tem a sua experiência logo é diferente a sensibilidade)o que me parece é que a forma como lidamos com ela faz a diferença, e há um segredo aí, o segredo de a aceitar ou não e o segredo de a separar ou juntar às outras...Bolas isto está um bocado denso...

safo: Fazem? Será o todo a soma das partes? Obrigada pela visita.

macaso: visão antagónica à de safo, prevalece o todo sobre as partes, estas não são por si entidades, logo não se separam nunca.Hologramas eram aquelas figuras onde existia uma imagem "escondida". Nunca fui capaz de ver isso...os psicólogos poderiam entender.

salso:Velatura, claro, a substãncia base onde se vão inscrever as outras cores e formas...lá estás tu com os sedimentos...visão de que a base está em tudo e não se separa...e dá uma tonalidade própria a cada coisa...uma tonalidade velada...

pé:sim, claro, mas de facto misturar ou separar faz sentido. Porque misturar muito dá-nos a sensação de que nunca arrumamos os assuntos eles parecem sempre estar inacabados e isso pega-se.

7:44 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Alberto Oliveira said...

Creio que foia Pé que comenta "Há pessoas que separam com alguma facilidade o emocional do profissional". É um bom ponto de partida para comentar o teu post, também ele a incitar-nos a comments que ultrapassem o "gostei de te ler. beijinhos!".

Para alguns, o óptimo?! seria mesmo assim; ser possível criar separadores para diversas situações. Mas não é assim e direi que ainda bem, embora alguns agentes político-sociais nos queiram empurrar para modelos contra-natura a bem do colectivo.

Pessoalmente não creio haver um modelo do "que é melhor"... ou pior. Cada um de nós tem sentimentos próprios, soma de conhecimentos diversos e sonhos díspares. A "construção" do nosso "eu" tem bases em que ainda não conseguimos entrar. Por agora tentamos o equilibrio, quantas das vezes no "fio da navalha". E sempre a interrogarmo-nos e com sede de sabermos mais de nós próprios. Até quando? Ou o "viver não será mesmo isto"?

10:51 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger I said...

"cheguei à brilhante conclusão que misturo, que tudo se reflecte em tudo, que quando uma parcela corre mal, tudo corre mal, porque o minúsculo abala o ser todo. "eu tb!

11:00 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

legivel: Viver também é isso, um saltinho por aqui e ali, debicando uns milhitos de clarividência sumária e tosca. Discordo quanto ao não haver "um melhor" claro que há.

i&c: Somos duas. Touché!

7:18 da tarde <$BlogCommentDelete>

Enviar um comentário

<< Home