quarta-feira, abril 05, 2006

Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

José Carlos Ary dos Santos

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

.
tu lhes dirás, meu amor, que nós não existimos
que nascemos da noite, das árvores, das nuvens.
que viemos, amámos, pecámos, e partimos
como a água das chuvas

tu lhes dirás, meu amor, que ambos nos sorrimos
do que dizem e pensam
e que a nossa aventura
é no vento que passa que a ouvimos
é no nosso silêncio que perdura.

ary dos santos

.

12:03 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Peg solo said...

=) "...meu poema"

2:03 da tarde <$BlogCommentDelete>

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