domingo, junho 17, 2007

lady Chatterley

Lady Chatterley, 2006, França, Pascal Ferran
Adaptação para cinema (segunda ou terceira, lembro uma com a Sylvia Kristel) da obra de D.H Lawrence. "O Amante de lady Chatterley". Uma mulher, alta burguesia, casada com um inválido de guerra, sente o tempo passar na sua propriedade inglesa no meio da floresta. Num dos seus passeios solitários avista o guarda caça a lavar-se, o seu corpo replandecente ao sol. A atracção é imediata.Cada dia vai-se aproximando um pouco mais da cabana, não sabe o que quer, deixa-se ir. O filme surpreende, estamos a ver como vai ser, o bruto sensual e a dama insatisfeita. Nada disso. Ambos têm tudo a aprender e tudo para dar. A aprendizagem do amor. Como do desejo cego, absoluto, se evolui lentamente para um amor confiante, um amor libertador. Sem moralismos. Aprender. Sem medo de perder.A obra foi proibida durante muito tempo. Resta sempre perguntar, de que falamos quando falamos de amor. Quais as suas faces? Que verdade? Seja como for, admito haver muitas faces, muitas verdades, mas uma me parece incontornável, embora sempre uma ousadia, ainda hoje uma ousadia: todo o amor nasce do desejo. Não compreendo porquê, mas ao escrever isto sinto o sabor da transgressão e, no entanto, quantas vezes já foi repetido?

13 Comments:

Blogger Ana Saraiva said...

Nasce do desejo e da surpresa?...: "mas, que raio é isto...?!" :)

Boa semana, algures aí perto!

11:55 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

e-clair: Qual surpresa? Explica-me o que não percebes! Please.

12:23 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Ana Saraiva said...

A mim surpreende-me sempre em plena vida normal... Não sei se todo o amor nasce do desejo, ele há tanta coisa a que dão o nome de amor...

Vi LC com a Meryl Streep há uns bons anos e foi realmente forte e perturbante por vários motivos mas o mais forte é a circunstância de estarem (quase) sós e num contexto totalmente propício a sentir coisas fortes: a natureza. Assim sim, há espaço para sentir.

2:22 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Ana Saraiva said...

Ah: "mas, que raio é isto---?!" é a tradução possível da surpresa ;)

2:24 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Gi said...

Diria que a paixão nasce do desejo, o amor nem tanto assim. A paixão é mais irrequieta mais carnal. Sente-se como "perda" cada momento passado lonje do "objecto de desejo". o amor é quietude, o desejo continua a existir mas na sua origem creio estarem elos muito mais fortes a unirem duas pessoas que só o desejo.
Escrevi isto e não me soa muito bem. Reformulo. O desejo é poderoso mas não suficiente para unir duas alminhas ou se o fizer pode não durar muito tempo :).

Eventualmente poderia concordar com a análise se todos os amores fossem iguais e obedecessem ao trinómio desejo - paixão - amor. Mesmo assim ainda havia um no meio :)

Um beijinho Manhã.
Acho que hoje não estou muito famosa para verbalizar os meus sentires (pior que o habitual quero eu dizer :) )

8:51 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Bandida said...

o desejo como fragrância. a vida. em ré-maior.


beijo


B.
________________________

9:51 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Manuel Veiga said...

transgressão, dizes muito bem. e para além dela a "subversão" da ordem estabelecida. o amor "subverte"...

12:19 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Ana Saraiva said...

Conhecem assim tantos amores "subversivos"?... Eu acho que não conheço nem um de perto...só dos livros e dos filmes e de gentes "bizarras"...todos os que conheço (assim de repente) são bastante "normalizadores"...maybe I choose the wrong crowd...

1:13 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Gi said...

Agora a rever o texto e ver longe com "j" ... que vergonha :( . A subversão da escrita!

As minhas desculpas

Beijinhos manhã

5:18 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Alberto Oliveira said...

... "o sabor da transgressão"?? milhões de vezes!! mas renova-se sempre e sempre e sempre.
E depois esse sabor tem o sal da vida: o desejo. Vai ao lume. Brando ou forte que os paladares dos amantes podem ser bem diversos.
Serve-se bem quente.


Isto de estar na cozinha e a escrever comentários é o que dá: acho que já deixei queimar a sopa...

6:56 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

e-clair: boa noite!Como quase sempre estou contigo, de facto ele há tantas coisas a que dão o nome de amor!Algumas contrárias entre si. Não foi o Camões que o revelou...se tão contrário a si é o mesmo amor...
queres dizer propício, nos filmes não há vazios é tudo perfeito, sendo que são só filmes.
Quanto à subversão de novo, contigo, perdeu-se, só existe como mito de uma geração,agora este "amor" anda mesmo de pantufas e TV cabo, fins de semana no monte e nada de gestos largos, de insónia, de loucura. Aliás subversão é uma palavra em desuso, fala-se dela como de um eco nostálgico, olhando à nossa volta não há qualquer vestígio.

gi: ena, bamos lá por partes.
posso usar uma imagem? uma pedra que atiras a um lago, forma uma vaga, círculos, depois afunda e o lago volta a ser quieto. conforma-se o lago à pedra e dizes que é assim o amor.e se o dizes tens razão ao dizer, talvez seja apenas uma questão de tempo, primeiro a agitação e depois a calmaria. Prefiro a agitação, mas é uma preferência contra mim própria! Se é que isto diz alguma coisa!

bandida: esse teu tom sintético deixa-me sem palavras, também poderia ser em fá maior? Não certamente que não.

oi legível! Há quanto tempo! Cozinhar em lume brando para não esturricar! Juntar uma pitada de bom senso a tudo não é verdade? Bem vindo!

11:47 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Gi said...

E quem falou aqui de preferências ? :))))))
Não consigo pensar na vida sem estar apaixonada. Tudo serve, não é preciso ser gente, uma flor, uma pedra, um pássaro, uma gota de orvalho.

O que eu gosto mesmo são das pedradas nos charcos.

Um beijo

11:29 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Mónica said...

pq transgressão?

11:01 da tarde <$BlogCommentDelete>

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