quinta-feira, março 13, 2008

MANAS (atenção à leitura! não vá haver confusões!)


A minha irmã faz amanhã 51 anos. Bela idade! ( exclamação tola porque são belas todas as idades, mas quando nos deixamos levar pela emoção é o que dá!) Então, este ano, nem sei bem porquê sinto uma espécie de ternura infinita por essa rapariga com quem passava horas na brincadeira e que, em quase tudo, é diferente de mim. O que nos une aos irmãos, ao pai e à mãe? Acho que nada tem a ver com sangue mas sim com presença, são pessoas que sempre estiveram presentes e com as quais sempre contámos. São cúmplices, não dessa cumplicidade feita de compreensão, mas uma outra cumplicidade aquela que se engendra a partir do corpo, da história, da vivência repetida e em diferentes circunstâncias. O facto de não escolhermos a família que temos é, no meu ponto de vista, decisivo para o amor que lhe temos, porque esse amor está marcado por um laço inicial de necessidade que se alarga com o tempo até ser o horizonte de tudo quanto vivemos , por isso está em nós, é inseparável da nossa intimidade afectiva. Isto não significa que temos de estar sempre com eles e viver em função deles, pelo contrário, só os podemos verdadeiramente amar quando a necessidade se transformou, quando por sermos independentes podemos sentir de forma livre este amor.

À tua, mana! (de novo, atenção à leitura!)
Foto de Louise Dahl, Twins at the beach

10 Comments:

Blogger Martini said...

A especial cumplicidade e muitas vezes a embirração que une os irmãos, mas principalmente o laço inicial, como bem sugeres, faz-me ter cá uma inveja de ser filha única!

9:08 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger rv said...

e é muito bom qd se consegue estabelecer o eterno neste tipo de relações, ou seja nas familiares, pq por vezes a vida obriga-nos a reflectir o valor q estes têm na nossa vida,

:)

1:20 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger Manuel Veiga said...

"amorável" a foto. "amorável" o texto.

10:09 da tarde <$BlogCommentDelete>
Anonymous Anónimo said...

Tive duas irmãs pequenas, não tive convívio com meu irmão por parte do meu pai, mas admiro estas relações tão tenras, quando avisto uma!

1:05 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger mixtu said...

curioso que os irmãos...
gosto muiot dos meus... um e uma, mais velhos
e apesar de estar longe deles... estou perto...

abrazo serrano desde o mali

2:33 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Ana M. said...

O sangue não é, definitivamente, tudo.
Mas tem muita força...
Digo eu que sou filha única mas não quis ter filhos únicos...

Beijinho

7:03 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

martini: cumplicidade e embirração é verdade, mas não tenhas inveja, um bom amigo pode ser como um irmão.bjo

rv: o eterno mesmo,embora não exclua amuos e zangas.

herético: amorável o teu comentário!

pablo: tens portanto a experiência da irmandade, bom para ti.

mixtu: estar longe e estar perto, c'est ça!
Abraço desde (deixa ver) (estás mesmo no Mali?)
daqui
radio Burquina Faso!Abraço!

sininho: o sangue não sei o que é, mas não é de sangue que falo mas de presença.Bjos

10:43 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger SMA said...

Bom dia Manhã,

Falavas de presença e aqui estou...
e essa da mana, hum?!

E quanto à familia ou famelga... é tão bom o sentido de pertençã mesmo em processo de autonomia.

bjo doce

7:52 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger ~pi said...

parabéns à mana e a ti, mana também.

:) dela!

12:34 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

presença: pois é, uma pertença calma e doce.Bjo

~pi: ehehe, boa!Brigados!

1:08 da tarde <$BlogCommentDelete>

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