O Amor nos tempos de cólera
Esta é a história de um grande amor, um amor que resiste ao tempo e às contrariedades, aquele amor que a literatura sabe e pode dar sem mácula, alimentado por uma certeza quase demente, sem provas, sem contingência, todo imaginação e vontade. Florentino Areza espera 51 anos por Firmina Daza na esperança renovada dentro de si de que ela será sua pela simples razão de que ela o tem, absolutamente, preso, desde o primeiro olhar. A eloquência de um amor assim faz-nos sonhar. Sonhar que é possível, mesmo que o seja apenas na imaginação. A fragilidade da vida, a sua fugacidade ou imperfeição impõem à consciência uma fuga, para os espíritos idealistas não é uma fuga mas a verdade, haverá, tem de haver, só pode, ela pertence a este mundo mas está guardada no íntimo de Florentino e de Firmina, essa força que para além deles se mantém viva. Lembro-me de Kierkegaard, da sua defesa da subjectividade como única realidade. Na subjectividade não há tempo, só instantes eternos e intensidade.
Vale o filme pela beleza desta actriz, pela magnífica história e, que me perdoem, mas o realizador não tem bem a noção do que este filme poderia ter sido se fosse outro, que não ele, a realizá-lo, talvez o Minghella ou arriscando... que tal o Nicholas Ray com este material?
7 Comments:
Este foi um dos livros que marcou o meu verão dos 15 anos! Gostei tanto... e já foi ha tantos anos. Tenho medo de reler o livro e alterar a minha opiniao em relaçao a ele. Mas mais medo tenho de ver o filme que ja ouvi dizer nao faz justiça à qualidade sublime do livro...
... já li o livro mas o filme não vi e pelas opiniões... Nicholas Ray não aparecem muitos.
vindo de ti tal entusiasmo vou ver o filme...
Ainda não vi, mas fico a pensar nas tuas palavras cativantes! :)
pois... a ver... já que o livro é muito bom. fico sempre com medo dos filmes depois dos livros...
E o livro a olhar para mim ali em cima...
Lá irei lê-lo um dia destes.
O filme, talvez...
Beijinho
martini: podes ver o filme é exactamente o livro, os actores é q estão desgraçadamente maquilhados
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