segunda-feira, maio 22, 2006

na exposição às 4 da tarde

Frida Kahlo, imagem repetida à exaustão em revistas, filmes, livros, televisão. Talvez a pintora que melhor vendeu a imagem. Fotografada vezes sem conta, o seu rosto forte, macerado pela tragédia exibe uma determinação férrea em desafio constante, esse rosto vende mais que o tom obscuro e acriançado da obra. O que íamos ver ao vivo era o testemunho de uma vida de dor e génio, o testemunho de alguém que soube como ninguém fazer das fraquezas força, fazer da adversidade magia. Mas mesmo com estas expectativas mancas, o resultado da exposição atamancou-nos mesmo esse domingo. Quanto tempo estivemos à espera para entrar? montes de T.shirts coloridas em fila, animavam os corredores e as escadas do CCB, nós os "colturais", público ávido de umas migalhas de actualidade cosmopolita nesta cidadela meio rio, meio alfama e meio chinela no pé, nós dizia eu, aguentámo-nos, quê 1hora de pé? Diz-me tu que sabes melhor medir o tempo compartimentado. Talvez uma hora. De pé. Para ver uns quadritos raquíticos de uma mulher bela que já morreu. Comentários? Ai ai (suspiro). Preciso de digerir, talvez uns pasteis de nata , ali na pastelaria do lado, tivessem mais efeito cultural no meu turvo sangue que esta visita ao museu.

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Uma hora certamente, mas falta dizer que se paga 5€ para ver cachos de gente em frente a um punhado de quadros que não fazem jus à obra de Frida Khalo. Ainda se fosse para ver esse punhado de quadros, já não era mau.
Uma fila que se formava depois de já ter pago o bilhete.
Vista a fila da bilheteira logo à entrada, nada levaria a querer que tivéssemos de esperar mais de 5 minutos, gastos a comprar o bilhete.
Desenganem-se. Uma hora de espera no piso inferior.
Queres, queres. pagas primeiro e depois de estares lá dentro já não te vens embora. Pagaste agora vês! Parece ter sido essa a ideia.

Depois as legendas, minúsculas. Era preciso fazer fila para ler as legendas de cada um dos quadros, e depois fila para ver o quadro, e fila para passar ao próximo e assim íamos continuando até ao fim da exposição. Às tantas esgota-se a paciência, e já se sente o ar de impaciência de todos os visitantes que por vezes já se acotovelavam.
Quando saímos, a fila, tinha o dobro do comprimento.
Uma vergonha.
Costuma dizer-se que no melhor pano cai a nódoa.
É caso para afirmar isso mesmo. No CCB – Museu do Design.
E nada justifica que se alterem normas mínimas para poder exibir um conjunto de obras pequeno num espaço mediano, nem mesmo o facto de ser o último dia de exposição. Nada justifica que se deixe entrar numa sala com aquelas características e com tão poucas obras, 150 pessoas, embora, garanto, que lá andavam dentro cerca de 200, no mínimo.
MD

1:39 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

MD: Apoio total, o sindicato também apoia, ainda agora se formou uma manifestação espontãnea que apoia o boicote parcial da ala sul de todo o CCB, com cartazes em pontos estratégicos a exigir a demissão da exposição e a recolha de fundos para subsidiar as suas vítimas.
O tempo? bem medido? Uma hora? sim, uma hora a soprar para as nucas!

10:30 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

errata: espontânea
era assim que vinha no jornal de hoje que anunciava período de sedimentação rochosa com tendência para se prolongar no tempo!!

10:32 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Madame Pirulitos said...

Não tenho pachorra para tanta espera. Dá-me nervos. E depois quem gere a minha frustração da espera não corresponderesperado???

10:49 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Madame Pirulitos said...

não corresponder ao esperado. Chiça!!!

10:51 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger Rui said...

As coisas que tu dizes. Se os senhores dos pastéis sabem que lhes chamaste, aos deles, de nata, vêm aí à tua procura.
É sacrilégio chamares-lhes isso, aqueles são únicos, são de Belém.

10:21 da manhã <$BlogCommentDelete>
Blogger  said...

Depois de há 4 anos ter esperado trÊs horas na tate modern para ver a exposição picasso-matisse, nenhuma hora é perdida. Se bem que esta exposição da frida, realmente, em abono da verdade, pareceu-me fraquinha.

Mas o povo é assim, dá-se-lhe umas migalhas e acorrem à moda. Mas não acho mal, melhor ir ao ccb ver a exposiçao da frida do que ir passear o esqueleto para o Colombo, não?

2:18 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger  said...

Esqueci-me de referir que voltei ao CCB no sábado na tentativa de ver a exposição com mais calma, uma vez que quando a tinha visto estava impossível, desisti assim que vi a fila...

2:19 da tarde <$BlogCommentDelete>
Blogger manhã said...

macaso: Chiça é bom português e sabe bem!Aqui adequa-se na perfeição!

carecones: Dureza mesmo, como vai aí o Brasil cultural?

lisbon: pois era, o marido, bom pincel e comuna!Mas ela fraquita mas comuna, e muito bem!

rui:as coisas que tu dizes...sacrílego o pastel de nata??? Só se for da nata...

Olá pé! No domingo ainda estava pior! Concordo contigo, melhor o CCB que o Colombo em fato de treino e alpercatas, mas a exposição era muito pobre, demasiado para as condições, o dinheiro etc. A minha mãe diz que só vale a pena porque pode ser tema de conversa, a minha mãe é um génio! Palmas para ti mãe!

7:20 da tarde <$BlogCommentDelete>
Anonymous Anónimo said...

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folclore a mais e cuidado a menos.
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não percebi o tamanho dos apontamentos aos quadros (estetica e funcionalmente pouco conseguidos) e o vidro (que não era anti-reflexo) a proteger os quadros.
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saí mais satisfeita dos "quartos imaginários" do nikias skapinakis na arpad szenes-vieira da silva.
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3:30 da tarde <$BlogCommentDelete>
Anonymous Anónimo said...

I say briefly: Best! Useful information. Good job guys.
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7:09 da manhã <$BlogCommentDelete>
Anonymous Anónimo said...

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3:14 da tarde <$BlogCommentDelete>

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