verdade
Acredito que a verdade salta no meio das conversas, dir-me-iam que é uma pretensão inútil a verdade, pois sobre cada um ou cada coisa há muitas verdades e eu diria que sim.
A Alicia hoje ao jantar: Sabes Helena, sonhei contigo! ah ! conta, disse eu, e ela começou a rir, sonhei que estavamos na nossa casa da Costa e tu estavas lá, eu tive que ir ao frigorífico buscar a gelatina e quando cheguei cá fora tu tinhas morrido...ninguém chorou, enterrámos-te na mala do carro, foi assim o teu enterro.
Bolas Alicia! pensei eu, assim? Ninguém chorou...na mala do carro...
O jantar continuou, eu sentada à mesa a matutar, que quererá isto dizer, seja o que for, pensei, é triste.
Se fosse um adulto entrelaçaria conjecturas mas era uma criança, há uma verdade na voz das crianças, pressinto-a mas não a sei conceptualizar. Que morro cada dia e morrerei, sim, inesperadamente. Tens razão Alicia, não há que conjecturar.
15 Comments:
perdemos o tempo. a ideia que temos dele não significa nada. em absoluto. como as verdades. não há verdades abslotas. e cada vez que penso nisso penso no desperdício de tempo usado para inventar verdades dentro da relatividade dos géneros. não há nada que se compare a abrir os olhos e sentir que mais uma vez estamos prontos para enfrentar a claridade dos olhos que se nos abrem como se fossem pássaros. andorinhas em telhas exaustas a construir ninhos de gostos e (des)gostos. somos infinitamente grandes na capacidade de estar alinhados no desalinho do sonho. e é isso. só isso. quase só isso que conta.
verdades... ah... pois... o que são?
beijo H.
B.
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Este comentário foi removido pelo autor.
espelhamo-nos naquilo que esperamos nos outros. E conjecturamos. Porcuramos sempre um detalhe no que à partida é linear. Porque linear só aquilo que dizem ser a verdade. Dizem...
Na mala do carro, porra... nem sequer num canteiro ou numa poca de lama. dasse.
O melhor mesmo é não fazer conjecturas dessas. Para quê? Depois não vamos estar cá para confirmar se seram verdadeiras ou falsas ...
Tratem-me bem enquanto cá estou. Essa é a realidade com que vivo.
Um beijo e bom fim de semana
Quando falam da verdade, recordo-me sempre dos primas de cor.
Cada raio de luz incidindo numa das arestas do prisma dá origem a uma cor diferente...
Assim nos vejo a nós e às nossas verdades...
E os sonhos, são apenas isso, sonhos...luminosos, turvos, de trevas...mas são apenas isso, sonhos.
... a cada um a sua verdade... temporal. Mas essa do "morrer inesperadamente" juro que não estava à espera... filosóficamente escrevendo, claro. Desculpa lá -e podes arranjar mil e uns argumentos, mas quem não vai morrer inesperadamente, sou eu. Senão vejamos, alguns exemplos práticos:
Atravesso uma passadeira com o sinal vermelho para os peões, um camião dá-me uma panada e manda-me para os anjinhos (também já está confirmado.. vou para os anjinhos... der por onde der.)O motorista alega ao polícia "Não pude fazer nada, mas já estava à espera que ele fosse atravessar... ". Claro como a água: o motorista "já estava à espera que... " e eu sabia que ao atravessar naquelas condições podia sair-me a sorte grande?!
Estou numa reunião onde se vai decidir algo de muito importante para o futuro da emprensa onde trabalho. Quando vou intervir, falta-me a visão e não consigo articular nenhum som. Caio fulminado. Ataque cardíaco. Nada de inesperado. Depois dos últimos avisos médicos, continuei a fazer uma vida desregrada. Alcool, tabaco, directas e muita emoção. Enfim: outra receita para ser chamado aos... anjinhos.
Poderia continuar com mais exemplos mas não pretendo que o teu domingo acabe com tão cinzentas leituras. Desejo que... espera... inesperadamente sinto que... onde tenho o telemóvel? ah!... cá está... tem calma Legível... concentra-te e...marca o 1... 1... 2...
ora essa, conceptualizas muito bem...
(mas, confesso, eu não sou autoridade na matéria - sou mais dado a "heresias"...)
não há..
ou talvez haja, agora fiquei confuso... fiquei com duvidas, conjecturar... é que eu sou disso...
abrazo europeu
o que é a verdade afinal? ... o melhor mesmo é deixarmos de tentar perceber aquilo que não está ao nosso alcance. deixemo-nos viver levemente, e respirar cada minuto de cada vez.
A Alicia é que sabe.Quando morremos vamos viajar mas não temos voto na matéia acerca do destino. Para terem a certza de q não nos ronunciamos somos promovidos a bagagem. somos sempre bagagem de alguém(s)
Talvez sejas bagagem da Alicia...Oxalá que sim.
Olá! :) E essas férias? Boas, aliás, óptimas, espero...
A(s) verdade(s), os sonhos, a morte...tudo se conjuga para nos fazer pensar.
Desculpa dizer-te mas "na mala do carro" é muito cheio de estilo. O sonho da Alícia é deveras interessante. :)
Venho deixar-te um beijinho e dizer-te que ficou um desafiozinho para ti, lá no meu blog.
Não sei se as férias permitirão que lhe respondas. De todo o modo, fica sabendo que gostava de conhecer as tuas preferências.
Até logo! :)
Andei aqui à procura mas não vejo mail para contacto. Não há? :(
beijinhos
bandida: a verdade está no que vemos mas temos sempre que descrever ou falar no que vemos e por isso, no reino do discurso, não estmos de acordo, se estivessemos de nada valia escrever. boas férias, se for caso disso
cns: claro, queremos saber o que há de premunição nos sonhos, um detalhe, que os sonhos são o reino dos detalhes. bem vindo(a)
sobre-nada: dasse digo eu que me reservas boas saídas!
gi: pois, também me parece que não valem as conjecturas para nada, mas a tentação é muito grande e como dizia alguém, as tentações são para satisfazer! Bom fim de semana e bjo
anonyma: continuo a acreditar que há uma verdade para cada coisa, sobre a qual pode existir verdade, sendo assim, estou mais na posição contrária, das cores para a luz branca.
legível: é mesmo, nos mais improváveis sítios as mais improváveis coisas podem acontecer, e às vezes acontecem mesmo. ehehehe! Tu espera aí, tu não te vás já!Ainda há muitas conversas para pôr em dia!
herético: heresias então, os sonhos são sempre um bocadinho heréticos, os meus são totalmente!
mixtu: há ou não há, todas as conjecturas se aceitam.Abraço luso.
colher de chá: isso fazemos todos mais ou menos bem, tentamos esquecer que somos mortais.
anónimo: ehehe agrada-me essa visão, agrada-me muito ser bagagem de alguém.
ana paula: e fui ver o desafio e claro que vou responder até porque esses desafios são prazenteiros. Boas férias também para ti! Um bjo
gi: não tenho, mas podes escrever para helenaserrao@msn.com.
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