quarta-feira, agosto 27, 2008

divagações numa obsessão


andava aqui com o condorcet às voltas e uma leve lembrança de que a lua e o planeta Marte estariam proporcionalmente iguais em brilho e tamanho no céu(esta de leve lembrança é assaz foleira, mas enfim corresponde a uma verdade apodíctica, que a lembrança não me pesava por aí além, era o que queria dizer e ainda melhor dizendo que era vaga, vaga, imprecisa ou então nada disto, o problema da vagueza e da leveza não estava na lembrança mas na realidade factual, há, nesta noite de açucenas demasiado vento para orientar olhos pró céu, e daí ter remetido a confusão para a lembrança quando a imprecisão é a do céu, ou da vontade ou os dois juntos esconjurados para fazer com que a lembrança não passe disso, não se torne ACTO) hoje estou em fase obsessiva, o que é terrível, consigo nestas fases recortar a obsessão e colocá-la em cima da mesa, o seu peso cria uma enorme bolsa abobadada sobre o naperon, vergando subsequentemente a madeira maciça. OBSESSão. coisa de entupir qualquer narrativa, assim como nas matrioscas ou cebolas, descasca-se infinitamente e não se desentope, isto é, o resultado é sempre uma casca, mesmidade, uma outra matriosca igualinha.lindo. mas volto ao condorcet, a instrução é portanto uma necessidade social de progresso, sem ela não há liberdade nem igualdade que são os direitos naturais do homem (este gajo confunde amíude natureza e sociedade, mas às vezes não, para esclarecer a natureza do homem para este senhor é definitivamente social, cidadania e família) embora haja a natureza digamos básica, que não é social e tende ou faz tender para a estagnação. as não virtudes ou vícios associam-se a esta natureza e ENTOPEM a verdadeira ascensão social do homem, o seu DEVER é alcançar estes direitos, assim a instrução pública justifica-se e é necessária porque só ela recorta no homem uma vontade autónoma, isto é livre da escravidão a que a natureza básica o prende.

hoje o céu pode esperar

pode

esperar

procura-se quem tenha visto o fenómeno atrás descrito da Lua e de Marte, que não sei se é nesta noite ou se é de dia, e porque aqui está nebuloso.

quinta-feira, agosto 21, 2008

NELSON ÉVORA

Finalmente! Parabéns ao novo herói do atletismo português!

quarta-feira, agosto 20, 2008

as ovelhas e o pastor

fotografei estas ovelhas enquanto fugia do pastor que queria companhia, moço novo com pele curtida e ar tresloucado. deve ser verdade o que contam da intimidade entre pastores e ovelhas, no meio de nenhures, dias e noites na companhia destes bichinhos mansos, não será de espantar que se mudem a justeza dos olhares e dos apetites, a natureza envolve em traço grosso homens e animais, em situações limite confundem-se. há uns anos fui ver uma peça à Comuna sobre o amor de um homem por uma cabra. amor exclusivo que o fazia abandonar o status da família para estar perto daquela que com seus olhos meigos o deixava à beira das lágrimas, com ela, explicava o protagonista à mulher, perto dela, era feliz. toda a gente se sentia incomodada menos aquele que dizia amar, só esse não via a bestialidade do seu amor...o amor é cego? a importância não estava no objecto amado mas no gesto de amar, na convulsão e estranheza que o amor provoca na ordem geral do mundo, o nosso pastor não teria tido oportunidade de ir à Comuna, do alto dos montes eram as ovelhas a sua companhia e o resto não seria história para contar.

quarta-feira, agosto 13, 2008

olímpicos e guerra

Irakli Tsirekidze
Era bom que se resolvessem as contendas territoriais no tapete de judo, Georgianos contra Russos, quem ganhasse levava a Ossétia do Sul e poupava centenas de mortos, casas carbonizadas, ódio irreparável. Poupava-se. Irakli Tsirekidze (nome difícil) é Georgiano e ganhou a medalha de ouro, no meio da euforia generalizada a sua cara fechada e triste faz a diferença. e é tudo. de que serve uma medalha?

sexta-feira, agosto 08, 2008

Portemo-nos bem ou vamos à falência!

As praias, as nossas às 8h da manhã ainda se vê areia, três horas mais tarde não, como mexilhão agarrado à rocha o povo vai a banhos de mar e sol. Só não percebo porquê tão tarde. Ninguém teme as insolações, somos dados ao risco, a pisá-lo. Pois é proibido? Bora lá então! Esta de pôr coimas a quem se afoite no mar com bandeira vermelha é que não dá com nada, é só mais uma forma de extorquir dinheiro sem grande justificação. Imagine-se um tipo a mergulhar e ainda oco da água nos ouvidos ter de gramar com um um rapazito de recibos na mão a exigir-lhe dinheiro. Fica tudo molhadito, as notas e o porta moedas mais o livro policial que se teve de tirar para aceder ao dinheirinho, lá se vai o gozo da praia. Esta coisa do Estado paternalista e moralista irrita-me, parece que estão em todo o lado com o livro da coima. Bolas!