sexta-feira, junho 30, 2006


Somos um país de marinheiros e de pescadores, pé descalço e calça arregaçada.Somos um país de aventura por conformidade com o recorte da terra, essa que adormece à beira-mar e sonha com o que se esconde atrás de cada onda.Reconhecemos nesta costa as praias onde ainda se mantém uma velha tradição como esta aqui da gravura? Secar o peixe ao Sol.
Poderemos identificar esta praia? Pois desafio o pessoal! Vamos ver...que praia é esta?

terça-feira, junho 27, 2006

variações

As relações humanas.Mote. Estribilho. Variação temática.
Verdade? Não há...rascunhos numa sebenta cheia de nódoas, vou escrevendo que anseio que gostes de mim e olho a luz da praia , dentro do peito alguém pede ar. Anseio por dias e noites despertos para uma luz que cega, há em mim um ser de excesso, uma réstia de absoluto galopante a abrir e fechar as mãos ao vazio...há em todos nós este tumulto mas os sinos tocam a horas certas ,trocam promessas, só uma incandescência fugaz dobra a esquina, desaparece na esquina.Somos no tempo. Eu e tu também. Do tempo. Escrevo e embora as minhas palavras sejam agora, tenho uma miragem de eternidade, fugaz, fugaz. Continuarei a escrever mas não é isso que quero fazer, nem sequer é isso. Quero saber. Agora só sinto, um macaco às tropelias com as emoções, as ameaças e o medo. Sou só eu, balbucio no escuro. Tu vens para me resgatar ou para me deixar ou é tudo o mesmo?

domingo, junho 25, 2006

No centro comercial as raparigas em hora de trabalho, quando havia mais "sururu" em frente ao televisor da loja de electrodomésticos largavam a correr deixando os clientes a falarem sozinhos. Foi mão? Expulsaram o Deco! Raios partam a Holanda! Bora lá que isto está bom!Bora Simão! Ganhámos! Foi! A parte que gosto mais continua a ser a do Hino Nacional, Heróis do mar e assim, todos com os olhos postos num ponto fixo, olhos enevoados, vieram as lágrimas, imagine-se, por futebol!

quarta-feira, junho 21, 2006

Moderato

Deve ser triste ter olhos e boca e não poder beijar, ter braços e não poder abraçar, ter fala para dizer e nenhuma palavra bastar, ter riso para dar e só silêncio, silêncio. Há histórias , lendas de mulheres e homens perdidos, que se perderam por uma palavra, sendo loucos, não seriam tão loucos ao ponto de considerar que uma vida assim camaleónica e sussurrada , uma vidinha de idiotices sem sombra, mereça, porque se trata de mérito, seja qual for o critério, mereça um homem. Uma vida assim ninguém merece mas são esses, Meu Deus , os que mais a aclamam, vida, vidinha. Sendo o bem mais precioso tudo o mais é contabilidade. Quantos anos tens? 70. Já te resta pouca vidinha. Fora. Nada vales! Os nossos heróis, os da vidinha, serão cada vez mais jovens, 12, 13, porque têm muita vida ainda. Chama-se vida aos anos que faltam, é a vida em potência que conta. Não a vida perdida, mesmo que vivida até ao tutano, mesmo que voraz como a asa do Cupido, mesmo que sagaz como a de Séneca. Desculpe quem falou de soneca? É triste apagar a história e viver o presente numa infinita potência, um devir eternamente presentificado, é como ter olhos...

domingo, junho 18, 2006

Meco. Gosto da luz desta praia. Vem-me à cabeça Ulisses, porque não voltou ele vitorioso a Ítaca? Porque se perdeu às voltas pelas ilhas? Porque com um mar assim, nós e os Gregos , mar por todo o lado, com um mar assim só podemos deixar-nos ir, perder-nos não é uma fatalidade é mesmo destino e necessidade. A diferença entre pertencer à terra ou ao mar não existe. Somos aqueles que estejam onde estiverem têm o mar como horizonte.

quarta-feira, junho 14, 2006

luta

Hoje os professores saem de novo à rua!
Dirão os mais assépticos, é um passeio, umas mini-férias entre feriados. Pois que o digam, quando há mal estar, quando se pega na educação pelo dedo mindinho, fazendo-a como tudo uma empresa que tem de dar lucro, que havemos nós de fazer? Como havemos nós de dizer que a culpa do insucesso não é dos professores, a culpa do insucesso é da desmotivação geral de todos os intervenientes, o cansaço generalizado que se instalou, a falta de futuro que este país é...e a educação é futuro!

segunda-feira, junho 12, 2006

Interruptor


aquele ou aquilo que interrompe, é um interruptor.
Há os mecânicos, por toda a casa, com a ponta do dedo abrimos ou fechamos, click. Nem damos por eles mas são importantes numa casa, os interruptores, que eu saiba todas as casas que se prezam, mesmo as barracas, têm interruptores, os sacos plásticos dos vagabundos que pululam nas entradas dos prédios, consta que não têm, nem os vagabundos, interruptores, mas também ninguém chama áquilo...vulgo pilha de jornais espalhados enfronhados em sacos plástico mal amanhado, casa, por oposição rua, seria mais apropriado e a rua não tem interruptores, logo...
nós os humanos., podíamos ter interruptores, como as casas, mas a verdade é que não consta da lista do material disponível ou acessível, arranja-se um fígado, um coração, pernas e braços, interruptores é que não, e...no entanto, precisavamos deles...penso até que devido à vida actual, as futuras gerações podem vir equipadas com interruptores. Então é assim: liga-se, imagine-se que vamos trabalhar, ligamos com alta voltagem, acabamos, pois desligamos. Com as relações humanas então era proveitoso, acabou? pois desliga aí, esse, tínhamos vários, podes ligar o do coração e desligar o da cabeça, ou vice versa, era consoante a prioridade. Mas nós, perdoem-me não fomos feitos para ser eficazes, não, transportamos alta carga de coisa nenhuma dispersa e selvagem que não há meio de reduzir a corrente contínua e descontínua, é assim da ordem do caudal de rio sem barragem, que não se interrompe , corre, corre e não deixa de correr, só podemos resignar-nos mesmo a tentar pôr umas paliçadas, umas terras aqui e ali, para ver se a corrente vai na direcção pretendida e, com muita sorte, lá desaguamos em qualquer lado, senão, senão colidimos contra a parede, quer dizer colidimos contra as evidências que não há meio de contornar, então é deixar a água subir. Nesta altura era preciso uma torneira, mas trata-se de interruptores, quando começamos a meter água, não há interruptor que valha .Seja o que for, torneira ou interruptor, algo que feche e abra quando é preciso, era mesmo de encomendar com urgência...estou aqui a falar, e há, provavelmente, muito boa gente que já tem um, não me admirava nada.

quarta-feira, junho 07, 2006

nunca te poderei surpreender com as minhas palavras
como surpreende o urinol de Duchamp
nos corredores encerados
da exposição de pintura

domingo, junho 04, 2006

Bandeira

A bandeira Nacional à janela, o Deco com a bola colada ao pé. Aqui, os arcos e balões e as flores fazem o perfil do chefe/nação, o grande Mussolini, não confundir com mousse de chocolate, para estas novas gerações ,nunca se sabe. Estandartes e patriotismo . Qual a semelhança entre o herói Deco e um professor?
Nops. As semelhanças são de serem ambos alvos.
O primeiro das ovações e o segundo das comichões!
Quanto às diferenças. (suspiro)
DECO é homem pequeno e brasileiro
O professor é português
Deco só há um
professores há a pontapés. Onde vê pedrita de calçada, depois de olhar atento, desencanta-se, é professor.
O Deco futebolisticamente é futebolista.
O professor acho que não é...ou será? sobre issso não há certeza...ainda.
O Deco faz falta ao país! Viva o Deco!
O professor não faz falta. Quem precisa de professor? Tu precisas de um professor? Não? Eu também não. E tu...nem perguntes...
este país não precisa de professores
Todos sabem isso. Todos. Já perguntaram ao DEco?
O DEco abana com a cabeça e agora não pode responder.
O Deco tem nome! Viva o Deco!
Digam-me lá o nome de um professor? Não. Não consegues encontrar um nome.
Os professores não têm nome.
Desfralda lá a tua bandeira na varandita. Que bonita fica a tua bandeira, soletra comigo BA DEI RA. Muito bem. BA DEI RA. Não precisas escrever. Põe lá a bandeira na varandita!