quinta-feira, novembro 30, 2006
domingo, novembro 26, 2006
cesariny
De profundis amamus
Ontem
às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria.
Andámos
dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros
Olha
como só tu sabes olhar
a rua os costumes
o Público
o vinco das tuas calças está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nisso
Não faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso
À tua! Aos nossos estranhos verbos! Outra vez a esta voz! à tua voz! Bebamos!
quinta-feira, novembro 23, 2006
palavras
o tom de um texto.
a cor que toma
sarcástico
triste
castigador
queixoso
moralizante
ciente
disperso
sério