sexta-feira, abril 27, 2007

Foz Côa

St Bárbara, EUA
Já tenho transporte! Vou-me daqui a pedalar até Foz Côa! Não vão os meus antepassados pensar que não faço tudo por eles!

quarta-feira, abril 25, 2007



25 de Abril

Celebremos !

À grande revolução e às pequenas de todos os dias!

Ao meu pai.

Mil cravos para ti Pai! Estamos por aqui, com o Sócrates e ...vamos indo!

A mãe está a recuperar e ainda vai à próxima manifestação!

domingo, abril 22, 2007

Dúvidas

Tenho grandes dúvidas acerca de coisas simples, pode ser desta Lua entricheirada com Neptuno em Escorpião, ou talvez tenha sempre pensado demais e pensar é pensar é pensar, ou talvez só haja dúvidas das coisas simples pois das complicadas perdemo-nos no esforço de compreensão , de qualquer modo, o que é simples? Talvez a simplicidade seja uma atitude perante as coisas e não haja coisas simples, atitude que consistiria em não as pensar. No Centro Cultural de Belém a tarde caía, sobre uma árvore arbusto, evidência entusiasmante na opacidade da luz,por momentos, entusiasmo puro, dúvida nenhuma...depois...seria uma árvore ou um arbusto?

sexta-feira, abril 20, 2007

este mundo

Aqui enredados na lógica de uma humanidade que sofre de absurdo, acidentes, gestos sem explicação, desolação. Pensa-se na falta de natalidade da velha Europa, onde as clínicas de cirurgia plástica florescem e no Hipod,na Internet, no telemóvel,contornamos a rua e vemos yogurts para emagrecer, corpos esbeltos, tudo, máxima exigência, máxima eficácia, a espontaneidade tem riscos, a autenticidade obscurece frente ao padrão. Andamos pra todo o lado de carro e sabemos que polui,pressão, faças o que fizeres há sempre qualquer coisa que não devias, que não é assim, que te esmorece e branqueia. Um coreano mata 32 estudantes à pistola, no Ruanda assassinam-se 800.000, da ponte atiram-se seis por mês, fora os que tomam comprimidos, nas escolas ensina-se , qualifica-se para o desemprego e o canudo do Sócrates faz notícia. Sinceramente. Para onde vamos? Onde pára a humanidade?

quarta-feira, abril 18, 2007

Pagos a dobrar

Fotograma de " Double Indemnity" (Pagos a dobrar), Billy Wilder,1944, USA

Será que é desta que vejo o filme? Ando há anos atrás dele e por curiosos golpes do destino ou fortuitas circunstâncias, resumindo e simplificando, por me fintar continuamente aparecendo quando estou ocupada e desaparecendo quando o quero, nunca me deleitei com este trio maravilha...vejam só Billy Wilder, Barbara Stanwick e at last but not least, Raymond Chandler! Sorry! É demais!

segunda-feira, abril 16, 2007

rilke

Rainer Maria Rilke no Hotel Biron (não será Byron?), em Paris
Praga 1875, Valmont 1926

Três grandes poetas, dois russos, Boris Pasternak e Marina Tsvetaeva e um Alemão (embora nascido em Praga vive na Alemanha e escreve em alemão). O primeiro em Moscovo, ela exilada em França, num pequeno lugarejo perto de Paris, o outro a morrer lentamente num sanatório da Suíça, o ano 1926. Entre eles surge uma correspondência constante obsecante, fruto da admiração de cada uma das obras, uma transumância de palavras que lhes alivia a condenação a que estão sujeitos, Boris sem dinheiro e com família, Marina com filhos e isolada, Rilke a morrer. Combinam ver-se, dar satisfação àquele amor que surge assim de enlevo e compreensão, mas o destino ou as circunstâncias não o permitem, Rilke morre e falseia os dados, prega-lhes a partida. Ficam ao acaso as palavras, as cartas, as dores.
"A exclusão nasce a partir da raíz do amor e petrifica-o." Rilke

sábado, abril 14, 2007

caos

este é o estúdio do pintor Barceló, tal como aparece nas imagens tiradas da net. lembra-me o estúdio de um outro pintor o Bacon, assim arrumadinho e disciplinadinho para a fotografia.Ai os pintores! Ninguém lhes ensina a ter bons modos e a arrumar a casa, lavar os baldes, esfregar o chão com lexívia e sei lá, colocar umas flores na jarra...seria o mínimo não! Muitas vezes me interrogo, mais, me conflituo com as questões de caos e disciplina. O primeiro parece-me mais criativo , mistura, desconstrói, mexe, confunde, movimenta-se para uma incógnita ordem, a outra segura as pontas, permite que a ordem nasça, que se faça luz. Complementam-se então, resta saber dosear. Ora aí está a verdadeira magia da coisa.

sábado, abril 07, 2007

o nome

O Bom Nome de Mira Nair, EUA/Índia 2006

Era uma vez um rapaz chamado Gogol, ou Nick? Que importância tem um nome na América onde qualquer um, em qualquer altura pode alterar o seu? Se mudasse o meu nome de Helena para , deixa-me pensar no nome que gostaria de ter...Beatriz talvez, seria ainda a mesma pessoa? Não, não mudaria. O meu nome também sou eu. Mas se mudasse continuaria a ser eu, visto que o nome é a escolha dos nossos pais, não a nossa. Essa escolha marca-nos, melhor,liga-nos ao nosso inevitável, à memória, ao que ficou para trás. Quando era pequena chamavam-me Leja e hoje quando bato à porta da minha mãe ainda digo é a Leja e não gosto. Porquê? Porque já sou outra ou penso ser outra , não aquela que andava de bicicleta com os calções da mocidade portuguesa cheios de nódoas, ou porque há qualquer coisa em nós que rejeita essa mesma identidade de sangue, rejeitamos quando crescemos ,achamos que o nosso sangue correu em outras veias e já estancámos a antiga transfusão que nos alimentava. Queremos esquecer a parvoíce da criança, a sua dependência meio tonta de quem ainda não sabe quem é, estamos a afirmarmo-nos, a dizer: "Desculpa, já não sou a Leja, sou outra, aquela que me fiz "é uma tolice, talvez a nossa verdadeira identidade esteja aí na aceitação total desse amor tolo e não escolhido que nos liga aos que verdadeiramente são nossos.Este filme é sobre isso.